quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Lute e Vença!

Tu vives reclamando da vida
Como se toda ela fosse ilusão;
Um problema sem solução,
Uma guerra totalmente perdida!

Por que a escuridão te invade
Se tens saúde em seu corpo?
Por que ages como um morto
Sem força de vontade?

Não viva a pedir clemência!
Nunca deixe de trilhar
As veredas da inteligência!

Aos vivos, o dom de lutar!
Faça de sua existência
A realização do seu sonhar!

(João Paulo Moço)

sábado, 26 de janeiro de 2013

Vasco da Gama: Herói e Vilão

O português discursa com fervor:
"Dobrando o Cabo da Boa Esperança;
Vasco da Gama deixou a herança
De um novo mundo, herói navegador!"

E o indiano se faz presente:
"Figura do colonialismo europeu;
Maldita política que sempre deu
Severo castigo à cultura diferente!"

"Da Ásia, adentrou o seio
Unindo grandes civilizações!"
Brada o luso ao pioneiro!

"União em poderosos canhões?"
Indaga o índico: "Por que veio?"
"Para dar-nos pesados grilhões!"

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Os Presentes dos teus Lábios

Sua boca deu-me o primeiro presente:
O espetáculo de seu admirável sorriso;
Beleza comparável ao paraíso,
Luz norteadora, chama ardente!

Logo, recebi a segunda prenda:
Suas palavras, causadoras de encanto;
A verdade tem morada em seu canto,
Capitã, a frente em sua senda!

Em mim, os desejos brotaram:
Quero provar os lábios da rainha
Cujo fascínio os tolos olvidaram!

E tu me deste o que eu não tinha
Quando teus lábios os meus tocaram
Tive a certeza: tu és só minha!

(João Paulo Moço)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Menina do Véu

Algo desvia meu olhar do céu:
Passeando neste imenso jardim;
Como a brisa do mar sem fim,
És tu! Oh! Menina do véu!

Seu lindo semblante tem mistério,
Incita em mim um desbravador;
Sedento por seu doce amor,
Jamais visto neste hemisfério!

A bela dama a caminhar, sozinha
Mal sabe que este humilde ser
Já a considera sua rainha!

Ela não tem como saber
Mas, já é minha, só minha!
Mesmo sem me conhecer!

(João Paulo Moço)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Saudades da Gente Boa

Não encontro mais harmonia
Quando lembro da gente boa!
Então, a saudade ecoa
Sem incomparável companhia!

Gente de belos ideais
Sumiram no imenso mundo;
Deixando um vazio profundo,
Onde não encontramos iguais!

Estivessem felizes ou tristonhos,
Sorrindo ou na pior,
Sempre comungávamos sonhos!

Bons amigos, sabiam de cor,
Dos problemas mais medonhos
Mas, faziam do mundo melhor!

(João Paulo Moço)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Viandeiro do Passado

Adentrando os domínios de Catai,
Cambaluc, dos muros esplendorosos;
A cidade dos mistérios gloriosos,
Onde minha tristeza se esvai!

O palácio de Cubai Cã
Ostenta o lago como véu;
Seu teto confunde-se ao céu,
Toma a beleza por sua irmã!

Nas paredes, prata e ouro
Com as mais belas ilustrações:
Da humanidade, lindo tesouro!

Pássaros, cavaleiros e dragões
Que nenhum cristão, judeu ou mouro
Voltará a recriar em seus corações!

(João Paulo Moço)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Beijo

Quando bem próximos estamos,
Nossos corpos já sabem de cor;
E encurtam a distância menor:
Com grande amor, nos beijamos!

Desaparecem todos os medos
Ao tocar dos nossos lábios;
Comunicam-se como sábios,
Revelando quaisquer segredos!

Os doces beijos exaltam
O desejo que a alma exala
Da pele, sentimentos saltam!

Quando não há mais fala
E as palavras nos faltam,
O beijo vem e nos cala!

(João Paulo Moço)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Chegaste ao meu Coração

Viajaste até a essência de meu ser
E plantaste a semente do fascínio;
Superaste o raio genial do raciocínio
Desvendando o que não viera conhecer!

Nessa morada singela e envolvente
Presenciaste a explosão, princípio confim;
E, de toda existência, viu também o fim:
Trajetória adormecida em todo ser vivente!

Descobriste em mim a maior riqueza,
Infinita e de impossível ilustração,
Fruto da até então perdida pureza!

Como miraste a minha aspiração
Diferente do mundo, sem avareza?
Tu entendes o olhar do meu coração!

(João Paulo Moço)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Os Passos Pioneiros

O ancestral lançou seu olhar
Muito além da sagrada savana;
Agradecendo à mãe africana,
Ampliando um limitado sonhar!

Seu espírito inquieto berra
Abandonando a segurança do lar;
Onde o céu encontra o mar
E o firmamento beija a terra!

Em seu berço, não havia necessidade!
Mesmo assim, entregou-se à loucura;
Partindo, sem temer adversidade!

Não conheceu a fria sepultura
Pois mora na imortalidade,
Em todo ser que se aventura!

(João Paulo Moço)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Maria Guerreira

Eu, como tu, a escrever,
Maria, de tanta desgraça!
Excluída por sua raça,
Refugia-se no ato de ler!

Na miséria, os filhos dela,
São vítimas de erro perverso:
"Éden de ladrões, podre universo!",
É o que dizem da sofrida favela!

Dos caminhões, comida é jogada!
E os corvos tentam merecer,
Desfrutar tal carne estragada!

Mas, Maria também quer viver!
E mergulha na podridão exalada
Da alma de todo humano ser!

(João Paulo Moço)