Aqui estão alguns de meus singelos devaneios, transformados em humildes versos que receio muito chamar de poemas!
sábado, 10 de setembro de 2016
terça-feira, 6 de setembro de 2016
Chuva
Você desejou tanto o Sol
Que esqueceu de provar
A chuva.
Dedicou-se tanto às previsões,
Quando a chave era o simples molhar
Da chuva.
Deu tanto valor às distâncias
Que não sentiu o meu tocar
Na chuva.
Passou noites em claro
Com remorsos por não pecar,
Guarda-chuva.
Não viu a intenção divinal
De nossas almas lavar
Com chuva.
E que o frustrar do não saber
Era o entendimento à mandar
Mais chuva.
Mas, não se preocupe: sempre há
Bom tempo de se reconciliar
Com a chuva.
(João Paulo Moço)
domingo, 4 de setembro de 2016
Perguntas e rimas bobas
O aquecimento global
Encontrará um jeito
De derreter as geleiras
Do nosso peito?
Será que um dia
Teremos a nobreza
De aprender a língua
Da natureza?
Quando nós entenderemos
Que a ética, em sanidade,
Não se destina apenas
À humanidade?
E que para o tal aquecimento
Encontrar sua redução,
É indispensável um crescimento
Mundial de razão?
Somos apenas grãos
Na imensidão deste mundo!
Mas, saiba, coração fecundo,
Que sem qualquer pouco, irmão,
Ele estaria bem pior:
Já não seria o mesmo,
Tornar-se-ia um infinito menor!
(João Paulo Moço)
Por que você?
Gosto de ver o meu amor
Refletido na sua pele,
Porque é lá que ele é
Mais amor.
Lá, a última semana
Refletido na sua pele,
Porque é lá que ele é
Mais amor.
Lá, a última semana
Sentiu-se um ano inteiro
E pressinto que próxima
Há de sentir-se décadas,
Porque tudo em você
É mais intenso.
E pressinto que próxima
Há de sentir-se décadas,
Porque tudo em você
É mais intenso.
Eu me recuso à ter você,
Para nunca te perder:
Prefiro mesmo é ter a chance
De te conquistar
Dia após dia.
Para nunca te perder:
Prefiro mesmo é ter a chance
De te conquistar
Dia após dia.
Porque, no teu beijo, descobri
Que estive em guerra
Desde que nasci:
Teus lábios são a casa aconchegante,
O fogo da lareira,
O regresso à família,
A paz do meu canto,
O tempo que resgata
Todo tempo perdido!
Que estive em guerra
Desde que nasci:
Teus lábios são a casa aconchegante,
O fogo da lareira,
O regresso à família,
A paz do meu canto,
O tempo que resgata
Todo tempo perdido!
(João Paulo Moço)
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
A democracia do meu país
A democracia do meu país é a concepção de um banquete, onde cinco patrões e um empregado decidem quem vai cozinhar, servir, passar fome, lavar à louça e em quantas prestações pagará o evento.
A democracia do meu país é uma gigante pista de atletismo, onde um corredor é posto à cem metros da linha de chegada e os demais à dois quilômetros, com uma voz à gritar: "Que vença o melhor!".
A democracia do meu país tem uma propaganda suave..., como a bota de um soldado.
A democracia do meu país faz "selfies" em passeatas que clamam por ditadura.
A democracia do meu país faz uma festa cujo convite não posso recusar.
A democracia do meu país faz política quando se equivoca e é democrática quando me culpa.
A democracia do meu país tem uma justiça que reconhece a inocência das fortunas pelo tato.
A democracia do meu país insiste muito em falar que sou livre...
Por que será?
(João Paulo Moço)
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