segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Mestra Desilusão


Só sei que eu não vou me enganar mais assim!
Cansei! Meu Deus! Tudo é tão triste para mim!

Pensei ser seu e entreguei o meu coração!
Chorei! Doeu! Não passou de grande ilusão!

Sofro mais em pensar o quanto demorei a enxergar!
Agora não mais! Nunca mais! Ao amor não vou me entregar!

Pelo mundo fui juntar todos os meus pedaços!
Um a um remontar, colar em tortuosos traços! (Bis)

Errante, eu vi! Não dei àqueles que mereciam amor!
E percebi que tolo eu sou: com as próprias mãos semeei minha dor!

Então sorri e entendi o que a vida cansou de explicar:
Que não é tarde! Nunca é tarde, para a sua própria história mudar!

(João Paulo Moço)

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Como eu sou pobre!


Ah! Como eu sou pobre!
De rimas, de caráter..., de tudo!
Isto percebi e fiquei mudo,
Mas, o meu silêncio nada encobre!

Mesmo que eu corresse por anos,
Não poderia nunca me esconder
Da verdade que teima em aparecer,
Dos meus elementos mais insanos!

E, pela primeira vez, eu fui sábio,
Quando, simplesmente, me calei;
Nada disse..., tudo pensei,
Universo: eis o meu astrolábio!

(João Paulo Moço)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Lembranças


Tantas vezes passei por aqui!
Vem-me boa época à lembrança,
Voam meus sorrisos de criança,
Das aventuras saudosas que vivi!

Ah! Meus tantos tesouros indizíveis!
Guerreiros fortes da alta realeza!
Resgatam-me da Prisão Tristeza,
Com armas de prazeres inesquecíveis!

Quando me vejo tão feio,
Sinto as espadas em freio:
Eu já fui belo um dia!

E sinto que não morri,
Não embarquei nem parti:
Vem-me novamente, alegria!

(João Paulo Moço)

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Não se renda


Lute contra as forças negativas!
Elas bailam por toda parte,
Aqui ou nos campos de Marte,
Exibindo-se com vestes atrativas!

Não aceite o seu imenso peso
Como eu fiz num triste dia;
Caindo nos braços da melancolia,
Sustentando um gigante obeso!

Ele se alimenta de sua força vital,
Sua saúde é inversamente proporcional
Ao nosso sonhado bem estar!

Por isso, viva a vida intensamente!
Seja solo fértil para a semente
Do dom de, em si mesmo, acreditar!

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Paraíso Particular


É no bar mais sujo que existe,
Com meus amigos de jornada;
Que esqueço a vida flagelada
E deixo de ser pobre e triste!

Sou rico pelo abraço confortante
E o privilégio de ser ouvido;
Aqui, revelo-me fraco, ferido,
Louco de caminhada errante!

Aqui, sobre a podre mesa,
Ponho todas as minhas fraquezas;
Mostro quem sou de verdade,
Sem temer repúdio ou alarde!

Sim, eu mergulho de cabeça!
Encontrei aqui quem mereça
Ouvir meus lamentos singelos:
Amigos, do mundo, os mais belos!

(João Paulo Moço)

Mestre e Escravo


O homem deseja ser grande!
Não importa por onde ande:
Pisa a cabeça do irmão,
Só para ter a melhor posição!

Ele ri da sua desgraça
Por ser o melhor remédio!
Humilha-te no meio da praça
Para não cair no tédio!

Ah! E como ele mente!
Tão hábil que nem sente,
Tudo para vê-lo bailar!

Ao som da tirana melodia,
Já dancei e nada sentia,
A não ser o sabor do me enganar!

(João Paulo Moço)

terça-feira, 9 de julho de 2013

A Espera

 
Sinto uma espera invisível
De braços abertos para mim;
Ela clama, num tom sofrível:
"Ao meu tormento, dê um fim!"!
 
Ela anseia as palavras mais belas,
Atitudes que transbordem entrega;
Pinturas ultrarromânticas nas telas,
O "sim" da decisão rápida e cega!
 
Oh! Linda dama! Eu sempre recebo
As suas tristezas em pesadas preces!
Nessas linhas tortuosas, te escrevo:
 
Ah! Princesa! Se ao menos soubesses
Dos males que eu não descrevo,
Verias um alguém que não te merece!
 
(João Paulo Moço)

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Uma Tarde no Hospital


A dor tem morada neste lugar!
Ela emana de vários corpos!
Muitos só regressam mortos,
Deixando ali o último exalar!

Mas, também mortos ingressam:
Gélidos, duros e sem cor;
E provam novamente o calor
Da vida, que tantos versam!

Ali, a lágrima e o sorriso
Convivem num pleno improviso,
Em corações feridos, cansados!

Ali, as famílias se abraçam
No sofrimento que os enlaçam,
Implorando pelos entes amados!

(João Paulo Moço)

O Triste Amanhecer


Hoje eu amanheci tão triste,
Por minha ausência de sentido;
Pelo empenho não reconhecido,
Numa inutilidade que persiste!

Sinto que falo e ninguém ouve,
Estendo a mão e recebo o escarro;
Zombam, gargalham e tiram sarro,
Meu sofrimento, ao inimigo, aprouve!

A maior parte do meu tempo passa,
Numa rotina que me consome;
Mata meus sonhos: ela tem fome!
Faz da minha vida sem graça!

E nem quando me deito tenho paz:
Os horrendos pesadelos nada mais são
Que minha pobre vida em alusão,
Agarrando-me à névoa que se desfaz!

(João Paulo Moço)