quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Escravidão Moderna

Você acorda pela manhã
E aprecia o nascer do sol?
Ou apressa-se em prol
De uma finança sã?

Você expressa o que pensa,
Defendendo os seus ideais?
Ou se cala como os demais,
Engolindo uma secura imensa?

Você quer estar a vontade
Mas, anda as voltas com ternos?
Deseja a primavera liberdade

E vive rotineiros invernos?
Se assuma, esteja a vontade:
És um escravo dos tempos modernos!

(João Paulo Moço)

Inesperada Recompensa

Eu pude vê-los gargalhando
De meu esforço e dedicação;
Exalando inegável emoção,
Da minha luta, zombando!

Encontram forças em meu fracasso,
Alegria em minha dor;
Comemoram-na com pleno fervor
Se tropeço num simples passo!

Entrego-me a tristeza
Num breve instante infeliz!
Mas, logo vem a certeza:

Sou eu que sempre fiz
Da lama, de minha fraqueza,
Uma pobre raça feliz!

(João Paulo Moço)

O Abismo Sombrio

De onde estou, nada posso ver.
Só enxergo o que me permitem;
Os gritos que os loucos emitem
Revelam o meu futuro ser!

Quando devolvem minha visão
É para apimentar meu castigo!
Aqui só existe o inimigo
Flagelando o meu coração!

Vejo tudo apodrecendo,
Desejar a própria morte!
Mas, ela nunca vem!

Aqui, sempre estamos vivendo
Para a nossa eterna sorte:
Sofrer a ausência do bem!

(João Paulo Moço)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Último Soneto

Demorei a perceber
Que minhas malditas linhas;
Sempre estiveram sozinhas:
Não quero mais escrever!

Meu fracasso inflama
O desejo de não desejar;
Meu pensamento expressar
Rejeita até quem me ama!

E hoje, proclamo:
Aproxima-se o último terceto!
Depois, não mais reclamo!

Resta-me o esqueleto
E triste, não mais clamo:
Este é meu último soneto!

(João Paulo Moço)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Levante: Faça Diferente

Não importa o quanto errou
Nas veredas tortuosas;
Nem o quão são desonrosas
As estradas que trilhou!

De que serve o lamento
Se o tempo não volta atrás?
Por que prolongar mais
Sua culpa e tormento?

Abandone o fardo pesado
E a tristeza que agora sente:
Transforme-se em ser alado!

Inunde a sua mente
Do poder iluminado:
Desejo em fazer diferente!

(João Paulo Moço)

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Reino do Atraso

Oh! Maldito lugar!
Terra arrasada!
Nem a bela alvorada
Em ti há de brilhar!

Teu seio revela escombros,
Um campo onde nada cresce;
E toda bondade perece:
Pesado fardo em teus ombros!

Ninguém põe a mão em ti,
Nem os porcos se deleitam!
Não desejam maldição para si!

Em ti, os covardes espreitam!
A sorte não te sorri:
Força e honra te rejeitam!

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um Sonho Louco

Procurei no mais profundo
E encontrei bom sentimento;
Ardendo bem aqui dentro
Para imaginar um mundo!

Mundo livre da fome
E de toda exploração;
Do atraso corrupção,
Podridão que nos consome!

Tal devaneio só existe
Na mente insana, inquieta
Que teima: sempre insiste!

Falo do louco poeta
Que nunca, jamais desiste:
Novo mundo é sua meta!

(João Paulo Moço)

Hoje

Hoje, não quero escrever nada
Nem ler qualquer assunto!
Quero eu ser um defunto:
Nenhum momento me agrada!

Hoje, não quero pensar
Muito menos interagir!
Do mundo, quero partir,
Sem nada ter a falar!

Não quero cantar as mazelas
Tampouco  a beleza das flores!
Eu quero distância delas!

Não me importam as dores
Ou as estreitas vielas
Sofríveis dos meus amores!

(João Paulo Moço)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O Flagelado

Lá vai o flagelado em mais um dia!
Na luta por espaço num trem lotado!
Sonhando com momento de alegria!
Em não ser transportado como gado!

Até o seu sonhar sente abafado!
Sem bom lugar à tudo que sentia!
Inveja o mais singelo ser alado,
Cansado da rotina que sofria!

As vezes, ele até faz um amigo,
Em dias de combate mais "sereno"!
Sorrindo, seu cansaço extravasa!

Mas quase sempre, arruma um inimigo!
Conhece muito bem esse veneno:
Mais mesmo que a sua própria casa!

(João Paulo Moço)

Regresso ao Lar

Desejoso do lar, atravessa o quintal!
Como um convite, está a porta aberta;
No peito, arde uma felicidade incerta,
Um arrependimento, sente-se mal!

Adentrando a casa, acreditar não quer:
Encontra-a um caos, a sala revirada;
O desespero toma-o numa passada!
Clama pela filha, implora a mulher!

No quarto, olhos sem brilho, má sorte,
Revelam o quão haviam sofrido:
Sobre a cama, experimentaram a morte!

Em prantos, deseja nunca ter nascido!
Relembra os últimos momentos, sem norte:
Ganhou delas uma briga sem sentido!

(João Paulo Moço)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Frases do Filósofo que Há em Mim (II)


  • "O desejo de vencer é parte da vitória."
  • "Obstáculo difícil é aquele cujo dedicamos nossa falta de ousadia em superá-lo."
  • "Nada é tão prejudicial quanto antecipar as desgraças."
  • "É pobre o homem que vive norteado por opiniões alheias."
  • "Nossos esforços para definir a arte poderiam ser resumidos em três palavras: imitação da natureza."
(João Paulo Moço)

A Mentira

Nobilíssimo é o seu lema:
A Liberdade, tu defendes!
Tal preceito, logo entendes
No capitalismo do sistema!

Não vês hoje um senhor
A quem devamos nos curvar;
E, como a um deus, adorar
Na alegria, tristeza ou dor!

Pelo lucro, tens forte ambição,
O que torna seu raciocínio lento:
Cegueira te invade sem permissão!

Sua alforria perde-se nos ventos,
Seu sistema é pura ilusão:
Maior dominador presente nos tempos!

(João Paulo Moço)

Feliz Mudança

Tão linda, você chegou
Encontrando um ser cansado;
Um pobre náufrago, ilhado:
Foi então que tudo mudou!

No esquecimento, caiu a ilusão
Junto com a maldita tristeza!
Por ti, é soberana a beleza
No trono do meu coração!

Chegaste promovendo a partida:
A dor não tem mais lugar
Nem a melancolia outrora sentida!

Nobre dama veio para ficar!
Força motriz da felicidade em vida!
Ensinou-me o verdadeiro amar!

(João Paulo Moço)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Frases do filósofo que há em mim (I)


  • "Viver sem questionamentos é morrer em vida."
  • "Encare a vida como uma enorme montanha: quanto mais perto do topo, mais difícil ela se apresentará."
  • "Muitos adultos acham ruim uma criança ter medo do escuro. E agem naturalmente quando encontram um homem com medo da luz. Tolos: esta sim é uma enorme desgraça."
  • "Sempre que estiver em dificuldades, responda essa pergunta: Valeria mesmo a pena viver uma vida sem desafios?"
  • "Nós, humanos, temos uma enorme preocupação com o nosso tempo de vida, esquecendo-nos que, para viver bem, basta viver virtuosamente."
  • "Tenha sempre esse pensamento: "Priorizo a urgência do bem viver! Cada dia de minha existência é uma vida!""
                                                 (João Paulo Moço)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Não se vá, amigo!

Irmão, não se vá!
Sua presença nos conduz;
À encontrar serena luz:
Sem ti, nada brilhará!

Nosso meio é de união:
Quando não temos um;
É quando temos nenhum,
Formamos um corpo irmão!

Não se vá, amigo!
A chuva cai lá fora!
Fica e eu te sigo!

Sente, não vá embora!
Aqui não há perigo:
É onde a amizade mora!

(João Paulo Moço)

O Tempo Passou e Seguimos Vivos

Saudades dos tempos de outrora,
Quando as nossas preocupações;
Eram ocupar-nos com diversões,
Tendo a alegria por senhora!

Éramos tão jovens e bravos!
Hoje, nossos singelos desejos;
Esvaíram-se em inúteis empregos,
Onde não passamos de escravos!

Mas, ainda existe em nós
Um instinto bem primitivo,
Uma força em forma de voz!

Com ela, o mais altivo
Percebe que não estamos sós
E treme: "O morto está vivo!".

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A Realidade da Morte

Encaramos o mundo de peito aberto
Quando, da morte, não temos noção;
Até que ela nos toca o coração
Atingindo quem está mais perto!

Então nos damos conta
Da inocência juvenil:
Nossa vida é pueril,
Como uma inútil afronta!

Vem, dançando, a realidade:
Na vida, existe um norte,
Passamos sem qualquer alarde!

É nossa única e triste sorte
Esperar, deixando saudade,
Nossa vez na fila da morte!

(João Paulo Moço)