Vi máquinas de carne pela cidade,
Incapazes de sorriso ou pranto;
Não vi abundância na realidade,
Pois o conformismo é preto e branco!
Ele tem nas migalhas "a felicidade",
Não há virtudes em seu canto
Que só se ocupa da futilidade:
O banal assassinou o espanto!
E o povo assiste o cortejo passar
Numa triste ocupação, sem graça!
Vê a existência fugir, escorrida!
Eu prefiro morrer a me entregar:
Não quero engrossar a massa
Dos que já morreram em vida!
(João Paulo Moço)