domingo, 31 de março de 2013

A Retomada

A palavra da vez é recomeçar!
Levantar-se do solo lamacento!
Lançar o negativismo ao vento,
Sem temer um novo tropeçar!

Libertar-se das diversas desculpas,
Símbolos de eterno atraso!
Que te prendem no mar raso:
São sufocantes prisões ocultas!

Hoje é o tempo de fazer
O tempo que reclamas não ter!
Abandonar o peso medonho

Que ofusca o teu caminhar!
Não hesite em se entregar,
Sacrificar-se pelo teu sonho!

(João Paulo Moço)

sábado, 30 de março de 2013

No Caminho

A inocência da criança
Contrastando como um vulto;
A sisudez do adulto:
Sorriso e desesperança!

Encontro, palavras cautelosas
De mulher envolta em estresse;
Cansada, ela não merece
As suas crises nervosas!

Ao redor, verbos soltos
Falam uns dos outros,
Liberando mortal veneno!

E eu só quero a Bossa!
Um canto onde possa
Desfrutar um mar sereno!

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 29 de março de 2013

O Pseudo-Guerreiro

Aquele a quem chamei
De guerreiro no passado;
Revelou-me de bom grado
O quanto me enganei!

Sua nobreza exacerbou-se
Transbordando em covardia;
Logo ele, quem diria!
Da cegueira, alimentou-se!

Dócil, às algemas
Suas mãos estendeu!
Com atitudes serenas,

Suas dores mereceu!
Igualou-se às mentes pequenas
Quando à escravidão se rendeu!

(João Paulo Moço)

Brasil: O Meu País!

Aqui, tudo se diz
Sem o mínimo respeito
Ao pobre do direito:
Esse é o meu país!

O sujo que sempre quis
Imundícies em paraíso;
Brilha em pleno sorriso
No solo do meu país!

Aqui, onde reina fome,
O dinheiro do povo some,
E o corrupto é feliz!

E, de forma sensacional,
Tudo acaba em carnaval
Nas avenidas do meu país!

(João Paulo Moço)

À Mosca que Mergulhou em Meu Copo

Oh! Asqueroso animal!
Vieste beijar meu copo!
Com este dilema, eu topo,
Como num cômico musical!

Vieste da podridão
Onde reina a doença!
A sua maldita presença,
Atormenta minha solidão!

Com as mãos, vem meu repúdio!
E tu encontras refúgio,
Bem como encontra o fim!

Em meu copo, tu morres!
E, se o podre escolhes,
Entendo porque veio a mim!

(João Paulo Moço)

Dona

O que tu tens, mulher?
Eu fico sem direção;
Na palma de sua mão,
Atento ao que quer!

Tens muito amor por mim!
Com ele, me presenteias;
Seu canto é das sereias:
Conquistas o meu sim!

És dona do meu canto!
E causa-me encanto
Teu calor tão intenso!

O meu corpo sente,
Invadir a minha mente,
Teu universo imenso!

(João Paulo Moço)

quarta-feira, 27 de março de 2013

Amigos, amigos!

Que ambiente se iguala a este
Onde tu, amizade, nasceste?
Nenhum chega aos teus pés!
Passa o tempo, cresce a saudade,
E nada ofusca a sua verdade:
Superas o pior revés!

Aqui sou quem eu quero,
Não sou apenas um zero,
À esquerda dos vários sorrisos,
Falsos, de pleno escárnio,
Do sistema, um relicário,
Dos escravos de Narciso!

Aqui, o passado é presente
Dançando à minha frente
Um rock puramente clássico!
Um tempo que nunca decai,
Felicidade que jamais se esvai,
Pulsando de um período jurássico!

Como generais, traçamos planos,
Loucuras, momentos insanos,
Que nunca se realizam!
Pois, enfatizando memórias,
Vemos que as melhores histórias,
No improviso se concretizam!

Tal qual o hoje aconteceu,
Vindo do puro breu,
Nasceu o nosso encontro!
Vamos beber, cantar e dançar,
E, da vida, relembrar,
Como, das fadas, num conto!

(João Paulo Moço)

Fantasma de carne e osso

Acho que sou um fantasma
Cujo as próprias ideias sufocam!
E os "tolos" jamais se importam
Com minhas crises de asma!

Deveras! Garimpando soluções
Como um verdadeiro louco;
Gritando até ficar rouco,
Amando as revoluções!

Mas, para ter atenção
É preciso talento, emoção,
Ou a graça genial!

E eu não tenho nenhum,
Razão ou valor algum,
Penso o bem, faço-o mal!

(João Paulo Moço)

O Artista

Todo homem, ao menos um segundo,
Já foi um grande artista;
Abrindo mão da prevista
Visão sem graça do mundo!

E, de maneira só sua,
Não cedendo aos demais;
Resistindo às pressões sociais,
Aceitou a ideia crua!

E encontrou a liberdade,
Na autenticidade,
No brilho do criar!

Num verso ou pensamento,
Nutriu o sentimento,
Dando asas ao voar!

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 22 de março de 2013

A Chave de Ouro

Seja qual for o soneto,
Precisa ter chave de ouro;
Mostrando que o belo tesouro
Possui um raríssimo amuleto!

De forma que, ao ler
Palavras de pura beleza;
Qualquer um tenha certeza
Do meu amor compreender!

Liberto a mente da cela,
Numa criação que encene
Fielmente a minha tela!

Em sentimento perene,
Encontro formação mais bela:
"Eu te amo, Luciene!".

(João Paulo Moço)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Minha Rotina

Eu vejo uma placa
Saída da cloaca
Do artista marginal!
Com pompas de pensador!
Da verdade, conhecedor:
Um falso intelectual!

Leio um livro revelador,
De um tom ameaçador,
Aponta falsários do tempo!
Derruba com a verdade,
Se afirma na falsidade:
Palavras, palavras ao vento!

Ouço jovens exaltando
Poder de podre bando
Que desafia a lei!
Espalham roubos e morte,
Desafiam a própria sorte,
São cantados como reis!

Assisto a calorosos debates,
Entre um ou dois enfartes,
Do menos errado a fazer!
Num mar demagógico,
De furor pedagógico,
Em eterno maldizer!

Preconceitos do passado,
Em século "iluminado",
Encontram hospedeiros
Na "vanguarda do saber":
Os que deveriam ser
Democráticos pioneiros!

Um mundo pervertido,
De valores invertidos,
Numa caminhada incerta!
São tantas injustiças,
Irmãs e fronteiriças,
À um porco ser poeta!

(João Paulo Moço)

domingo, 17 de março de 2013

Final de Domingo

Caem as águas de março
E vejo vários refugiados;
Nas marquises, abrigados,
Amontoados como num maço!

Fugindo do vento fustigante,
Desejando a cama quente;
O cansaço é presente,
O tempo não é bastante!

Que importa o dia da semana
Se a causa insana
Com o sol sempre renasce?

São os zumbis do sistema!
Estão sempre em cena
Para que a carruagem passe!

(João Paulo Moço)

Sem Você

Hoje é dia dos casais!
A semana se passou!
E, como ela demorou!
Eram saudades demais!

Olho da janela e vejo
Muitos encontros lá fora!
O coração não mais chora:
Lábios calados, num beijo!

Queria tudo abandonar
Só para te encontrar!
Dar-te amor e carinho!

Desfrutar com imenso fervor
Uma louca noite de amor:
Mas, estou aqui, sozinho!

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 15 de março de 2013

O Sol por testemunha

O Sol nasce imperioso,
Encontrando-nos lado a lado;
Abençoando os enamorados,
Iluminando este amor formoso!

Tal qual o seu calor
É o nosso desejo!
Gerado na explosão do beijo
E do olhar hipnotizador!

É nestes olhos que esqueço
Todo espetáculo natural:
Já causavam fascínio no berço!

De um brilho angelical!
Pergunto-me se mereço
Sua beleza sem igual!

(João Paulo Moço)

quinta-feira, 14 de março de 2013

Amor Verdadeiro, Plena Felicidade

A mais pura verdade:
Só cantando a felicidade
Para falar de ti!
Ela é minha morada
Por seres minha amada,
Amor que jamais vivi!

Palavras: difícil organizá-las
Para, a ti, empregá-las
Numa bela poesia!
Por mais doce e amável,
Frente ao imensurável,
Torna-se obra vazia!

Mesmo diante deste cenário,
Como um lindo relicário,
Quero estas dedicar!
A ti, nobre dama,
Cujo meu peito inflama
No simples dom do amar!

O teu desejo renovou,
E teu brilho iluminou,
Um alguém que era triste!
E hoje só vê beleza,
Sem tempo para tristeza,
Num sorriso que persiste!

Um brilho no olhar,
Que esbanja o exalar
De viver em sua vida!
Estar ao lado seu
É estar no apogeu
Da vitória merecida!

Triunfo de fortes laços,
Confirmado nos teus braços,
Em teu seio: meu ninho!
O tempo desaparece
E minh'alma enriquece
Por seus toques de carinho!

O tempo em minha mente
É sujeito inexistente:
A mim, ele nada diz!
Nenhum tempo no mundo
Tem período tão profundo
Para te fazer feliz!

Tamanha é sua intensidade
Que, mesmo na eternidade,
Eu jamais alcançaria
O divino dom de tê-la
E plenamente satisfazê-la
Em mágica nostalgia!

Mas, a minha infinitude
Reside na atitude
De lutar, seguir tentando!
Com um sorriso no rosto,
Na certeza do desgosto,
Em prosseguir fracassando!

E saiba que, nas derrotas
Abrem-se milhões de portas
E o coração brada:
Que, mesmo ao se ferir,
Jamais vai desistir
De ti, minha alvorada!

(João Paulo Moço)

segunda-feira, 11 de março de 2013

Pequena Vitória

Onde estaria a pequena Vitória?
Sua família espera ansiosa;
Pela jóia pura e preciosa
Que nasceu em plena glória!

Mas, o tesouro não regressou!
E, de pronto, reinou a agonia!
Passava o tempo, a mãe sentia
Que, ao redor, tudo parou!

Como um raio, chega a triste notícia
Deixando um vazio profundo,
Um golpe, arruinando a primícia!

Do poço, chega-se ao fundo!
Pois, seu sorriso em carícia
Não pertence mais a este mundo!

(João Paulo Moço)

domingo, 10 de março de 2013

O Trovador Solitário

Renato se foi cedo demais,
Deixando um vazio imenso!
Em punho, restou-nos o lenço:
Choramos quem não temos mais!

Do poeta restaram as saudades:
Você nos faz muita falta!
Teu estilo mais que exalta
Um mundo de plenas qualidades!

Compunha para cidadãos críticos!
Hoje, seres quase míticos!
Superavam desafio impossível!

Se voltasses, não acreditaria
Que sua pátria se tornaria
Nação de pobreza incrível!

(João Paulo Moço)

Amigos

Rever os meus amigos
É reviver um passado;
Onde um ser alado
Desconhecia os perigos!

Aqui não existem problemas!
Só as boas lembranças
Dos tempos onde crianças
Não conheciam dilemas!

Formamos o singelo ambiente
Onde a dor deprimente
Sofre sem ter vez!

Aqui só há paciência,
Compreensão em doce clemência:
Quero sempre estar com vocês!

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 8 de março de 2013

Visita-me na Madrugada

Estou a escrever no quarto escuro
E a luz da vela tremula timidamente;
Tal como o maldito, antigamente,
Construo um insano verso impuro!

E eis que uma figura espectral
Surge, pondo-se à minha frente!
Seu corpo mostra-se transparente,
Seus olhos, um terror abissal!

"Oh! Ser de influência nefasta!
Que faz aqui um de sua casta?"
Passeia pelo quarto e vai embora!

Minh'alma sente um frio inexplicável
E sinto que a imagem abominável
Tem a força da tristeza por senhora!

(João Paulo Moço)


Parabéns, Mulher!

São virtudes tão latentes
Que até o mais tolo pode vê-las;
E mesmo sem merecê-las
Rende-se aos divinos presentes!

Dádivas de Deus à mulher:
Sua obra mais bela e perfeita!
Com infinito amor foi feita
Criatura de existência mister!

Ela tem o dom: ser mãe do mundo
De todos, a primeira moradia!
Dotada de sentimento profundo

Multiplica a obra que o céu irradia!
E todo homem que medite um segundo
Reconhece seu dia em qualquer dia!

(João Paulo Moço)

O Preço da Informação

Crimes, mortes, corrupção!
Feridos, brigas, violência!
Desrespeito e imprudência!
Acidentes, tragédias, agressão!

Chantagem, egoísmo, pedofilia!
Aids, câncer e esclerose!
Escândalos e overdose!
Impunidade, fome, demagogia!

Tráfico, crime organizado!
Abuso de poder infernal!
Abortos, hospital lotado!

Triunfo do mal,
Sofrimento exaltado:
Melhor fechar o jornal!

(João Paulo Moço)

quarta-feira, 6 de março de 2013

Desejo Diário

O povo quer dormir um pouco mais
E sonhar com novos tempos;
Sem cobranças e tormentos,
Um sono que satisfaz!

Quer espaço para viver
E não ser como sardinha;
Comprimido na latinha:
Quer direito de pleno ser!

No relógio, dar um basta
Bem como na rotina
De máquina, pobre casta!

Livrar-se da triste sina,
Do domínio que se alastra,
Da maldita ave de rapina!

(João Paulo Moço)

Beleza Mulher

A lenda conta sua chegada,
Sorrateira, na calada da noite;
Derrotando o duro açoite,
Sem origem, do nada!

Mas, a beleza fez diferente:
Personificou-se na singela dama;
E ensinou como se ama
Num belo papel docente!

Em ti, vi o futuro
E, entregue, de joelhos,
Vi a luz em pleno escuro!

Em prantos, olhos vermelhos,
O fruto do amor, maduro,
Colhi refletido em espelhos!

(João Paulo Moço)

segunda-feira, 4 de março de 2013

Poeta Solitário

Já escrevo sem pensar!
Apenas por mim mesmo!
Como um louco, a esmo,
Nessa colcha a costurar!

Minhas ideias perdem-se ao vento!
Quase nunca encontram iguais!
Refletem nos antigos vitrais
E rumam ao esquecimento!

Serão tragadas pela terra
Com seu único leitor:
Lá, nada mais berra!

Identidade ao odor,
Sentirão onde se encerra
Seu interminável horror!

(João Paulo Moço)

Passa o Mundo ao Prisioneiro

Chove forte lá fora
E eu aqui, prisioneiro!
De um relâmpago, o luzeiro
Chama-me a ir embora!

Lembro-me de minha infância,
Dos banhos em alegria;
Momentos de nostalgia,
Dos tempos de tolerância!

Mas hoje, eu nada posso!
Felicidade tem restrições:
Engodo, alento nosso!

Adulto, as emoções,
Hoje, não mais endosso,
Morrendo em minhas prisões!

(João Paulo Moço)

Dona Lúcia

Oh! Lúcia! O teu passar
Encheu-me de enorme tristeza;
Pois vi tua rara beleza
Noutra companhia estar!

Teus beijos, teus abraços,
Distantes como a estrela;
Sim, eu posso vê-la!
Mas, não sinto os teus laços!

Caminhas com teu amor
E o mundo não mais existe!
No peito, cessa o clangor

A espada não mais persiste
Enchendo o peito de dor
E o verme não mais resiste!

(João Paulo Moço)

Professor Moderno

Qual o papel de um professor?
Tudo, menos ensinar!
E, hoje, se pega a pensar
Sentindo uma enorme dor!

Tornou-se um maquiador
De resultados caóticos;
Usados por hipnóticos
Políticos sem pudor!

Quando grita, não tem voz
Quando luta, não tem vitória
Frente ao sistema feroz!

E presencia uma história
De alienação atroz!
De covardia notória!

(João Paulo Moço)

Geração do Futuro

A geração futura não quer saber
Do futuro que lhe aguarda!
Ela nunca está em guarda!
Ela quer mais é viver!

O futuro não quer pensar,
Quer viver o agora;
E depressa, sem demora,
Uma vida a festejar!

Para que vai estudar,
Se tem os pais a suprir
E o governo a respaldar?

Um grande "dane-se" vai se ouvir
Num coro pleno a bailar
Ao mundo que há de vir!

(João Paulo Moço)

sexta-feira, 1 de março de 2013

Frases do filósofo que há em mim (III)

Sozinho, eu choro as tristezas. Ao mundo, compartilho as alegrias.

Até a mais bela das flores pode guardar dentro de si um monstro aterrador!

                   (João Paulo Moço)

Meu Amor é Só Seu

Ah! Se tu soubesses
O que sinto em tua presença;
Nasceria em ti a crença
Queria que tu pudesses!

Verias o pleno amor
Único e sem medida;
Cujo a forma foi perdida
Nos versos do trovador!

É exclusivamente seu
E mesmo no passado
Nunca a ninguém pertenceu!

Contigo, assinei o tratado
Da felicidade em apogeu
Onde amo e sou amado!

(João Paulo Moço)